Titanopólio - galopes índicos 2009

 

 

E quando a corrida parecia estar a perder interesse, tão grande já era o avanço de Tough “Irish” Mare (o potro de Moma), eis que começa a formar-se uma tempestade tropical no Canal de Moçambique.

 

Nos horizontes Titanopólio, o adensar das nuvens de circunspecção era fulgurante, e, de modo a garantir a segurança na pista, a directoria da corrida convocou

os estábulos para uma imediata reavaliação climatérica dos riscos titaníferos – no actual cenário recessionista havia que decidir rápidamente quanto à plausibilidade da corrida: prossegui-la? suspendê-la? anulá-la? redesenhá-la?

 

Se foi fácil chegar à unanimidade quanto ao insuportável impacto de mais pirataria no clima de investimentos do Canal de Moçambique, e mesmo quanto à observação Kroll a respeito da crescente periclitância contratual (de facto, a onda de re-negociações, cancelamentos ou rearranjos de licenças mineiras ao longo do Índico parecia imparável como se constatou no Mining Indaba 2009), já o mesmo não podia ser dito quanto à percolação dos argumentos de alguns estábulos.

 

OK!

Era inegável que havia especificidades regionais na formação desta tempestade tropical , mas, perguntavam-se alguns, não seria também este um caso limite de tufões business-as-usual ?

 

Em abono da verdade do jogo (ah, ah, ah), a questão passou de facto a assumir estridente relevância quando, há dias, em Fort-Dauphin (Madagascar), e apenas 3 meses após o início da exploração titanífera, milícias armadas de Ratolina, popularmente conhecido como o TGV 2, desencadearam extensas rusgas aos estábulos de Rio Tonto, sob pretexto de ali se esconderem armas, munições e documentos do recentemente deposto Raviolimama, o TGV 1.

 

Para a equipa Rio Tonto, esta violenta perturbação da paz equídea – que prenunciava o congelamento da mineração e o saque de mais royalties – sugeria a mão invisível do velho almirante Ratsakana que, a partir do seu exílio dourado em França, ainda sonhava com o comando das rotas marítimas do Titanopólio.

 

Embora várias vezes traído pelos seus próprios testas-de-ferro (recorde-se a sua deposição e posterior condenação por burla e corrupção pela administração Raviolimama em 2002/03), o pirata Ratsakana continuava a acreditar que Ratolina, o seu novo laranjinha, lhe poderia trazer, não só amnistia, mas, sobretudo, um belo quinhão do espólio titanífero malgaxe – afinal, tinha sido ele quem, em 2000, havia assinado o contrato Tolagnaro com o team Rio Tonto.

 

Apesar de substantivo, para o comissariado de Titanopólio o argumento Rio Tonto não se mostrava bastante para justificar qualquer decisão imediata - em particular porque o garanhão permanecia omisso quanto às desbundas que a balzaquiana Lilly Billigton insistentemente lhe vinha propondo caso se submetesse à condição de toy-horse.

 

Prosseguindo a reavaliação de riscos da tempestade em formação no Canal de Moçambique, a directoria da corrida passou à audição dos outros concorrentes: Tough “Irish” Mare, Lilly Billigton, Tio Mário, e Xilobeni King.

 

josé lopes

 

abril 2009

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